sexta-feira, 6 de maio de 2011

Era uma vez uma menina...



Título: A garota da capa vermelha
Autores: Sarah Blakley-Cartwright e David Leslie Johnson
Editora: ID
Número de páginas: 364
Preço: Comprei, se não me engano, por 28 reais na Saraiva.

Sinopse: "O corpo de uma garota é descoberto em um campo de trigo. Em sua carne mutilada, marcas de garras. O Lobo havia quebrado a paz. Quando Valerie descobre que sua irmã foi assassinada pela lendária criatura, ela acaba mergulhando de forma irreversível em um grande mistério que vem amaldiçoando sua aldeia por gerações. A revelação vem com Father Solomon: o Lobo habita entre eles — o que torna qualquer pessoa do vilarejo suspeita. Estaria Peter, sua paixão secreta desde a infância, envolvido nos ataques? Ou seria Henry, seu noivo, o Lobisomem que assola as redondezas? Ou, talvez, alguém mais próximo? Enquanto todos estão à caça da besta, Valerie recorre à Avó em busca de ajuda; ela dá à neta uma capa vermelha feita à mão e a orienta através da rede de mentiras, intrigas e decepções que vem controlando o vilarejo por muito tempo. Descobrirá Valerie o culpado por trás do lobo antes que toda a aldeia seja exterminada? A Garota da Capa Vermelha é uma nova e arrepiante versão do clássico conto. Nela, o final feliz poderá ser difícil de ser encontrado."

Transformar contos de fada clássicos em algo mais moderno, sombrio e interessante é uma tarefa que pode ser meio ingrata. Alguns conseguem sucesso fazendo isso, outros amargam a conclusão de que sua versão é inferior àquela que todos conhecem. No caso de "A garota da capa vermelha", os autores conseguem com sucesso essa transposição do conto de fadas para o terror leve. O livro tem todos os elementos que a gente gosta: uma linda garota (Valerie, amo esse nome!), mistério (quem é o lobo, o mistério mais óbvio, mas também nos fica a dúvida sobre a verdadeira natureza de Valerie), um triângulo amoroso, as moças invejosas da aldeia que a gente ama odiar (gente, eu amo aldeias e moças invejosas... me lembram tanto a minha cidadezinha...rs...), ação, romance, sedução, poder... tá tudo ali, recriando com muito mais densidade e profundidade a história que todos nós já cansamos de ouvir. A grande sacada do livro é manter realmente o suspense até o final, fazendo a gente suspeitar que o Lobo reside hora em um, hora em outro personagem. Em momento algum fica óbvio quem seja o temível monstro que assombra Daggorhorn... e isso pra mim é indício de boa literatura, de coisa boa e bem escrita. Eu acabo sempre descobrindo o assassino/monstro das histórias... e dessa vez eu não descobri por nada!

Recomendo muito a leitura pela qualidade do texto, mas faço uma enorme ressalva à forma como a editora tratou os leitores: simplesmente o livro não tem final. Não dá pra saber quem é o Lobo, como Valerie termina, o porquê do Lobo atacar aquele vilarejo...

O último capítulo está disponível apenas no site (www.editoraid.com.br/agarotadacapavermelha)... Isso mesmo, vc compra o livro, lê loucamente (pq é realmente difícil de largar, li em um dia e meio) e de repente toma uma chuveirada de água fria bem no meio da cara, pq vc tem que ir pro site, baixar o último capítulo, e aí sim descobrir o final da história... Achei isso uma puta de uma palhaçada, perdoem a expressão.

Um comentário:

  1. Há algum tempo atrás, quando vi pela primeira vez o trailer do filme, eu me senti atraído pela história. Pegar uma clássica aventura infantil e transformá-la numa trama gótica poderia ter sido uma grande “tacada de mestre” se não fosse algumas falhas...
    O livro, que foi baseado no filme e não vice-versa, foi publicado por questões comerciais. A estratégia de deixar curiosos os leitores retirando-se o último capítulo foi o “ó do borogodó”... Para se saciar a curiosidade dos desfecho do livro deveria-se assistir ao filme, ou então, agora, baixar no site da editora.
    Mas, enfim, eu quero muito ler o livro.

    ResponderExcluir