Personal Velocity

O título do post, "Personal Velocity", é o nome de um filme muito bom (que no Brasil ganhou o título "O tempo de cada um") que conta a história de três mulheres em encruzilhadas nas suas relações com os homens, que optam pela fuga. Após tentarem por muito tempo esconder sua verdadeira essência, de se acomodarem a uma segurança que as protegia de ser quem eram verdadeiramente, acabam por, de uma forma tortuosa e sobretudo dura, encontrar o seu caminho. O relato de um acidente de ônibus une levemente as três histórias. Mas o elemento verdadeiramente comum é o de revelação, de epifania, três pontos de virada de três vidas completamente distintas.

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A alusão ao filme aqui é para dizer que os livros também tem seu próprio tempo. Por vezes achamos um livro massante ou pouco interessante pq não estamos no "tempo" daquele livro. A primeira vez que li um livro de Paulo Coelho, "O Diário de um Mago", adorei. Naquele momento da minha vida tudo o que estava naquele livro fazia sentido para mim. Hoje, nem tanto. A primeira vez que li "Labirinto", da Kate Mosse eu estava num momento em que tudo deveria ser dinâmico, apressado, rápido. E achei o livro um pouco arrastado. O momento da minha agora é "parar para cheirar as flores", então acredito que "Labirinto" vai cair como uma luva quando for relido. "Harry Potter" tem gosto de infância, de brincadeira, e como guardo esse tempo em mim, creio que daqui a 10 anos poderei reler a série de J. K Rowling com os mesmos olhos. Agatha Christie me revelou bem cedo que meu olhar era diferente, pois o tempo de livros como "Os crimes ABC" casaram perfeitamente com meus 9, 10 anos... e casam tão bem com meus 26! "O Guarani" me mostrou meu tempo de ser brasileira. Edgar Allan Poe é meu tempo de ser soturna e atormentada. Marian Keyes é meu tempo de ser leve e engraçada. E aí, qual é o seu tempo agora?